Não sou capaz de evoluir,
Sair do casulo,
Quebrar a casca do ovo;
Não consigo transpor,
A membrana da célula,
Galgar meu ideal,
Seguir minha estrada;
Não saí do útero,
E me encontro em estado,
De má formação;
Não consigo vencer
A barreira que me encobre,
E nem transponho,
Meus próprios abismos;
Durmo para fingir que estou morto,
Sonho para evitar de viver,
Minto por temer a verdade,
Iludo-me para fugir da realidade;
Não sou capaz de um dia,
Passar sem me enganar,
E enganar ao semelhante;
Sou um enganador,
Falso e fingidor;
Nem Fernando Pessoa,
Fingiu e mentiu,
Mais do que eu;
Não sou capaz de crescer;
Ainda rastejo-me e arrasto-me pela poeira;
Sou réptil antigo e pré-histórico,
Ofídio cruel, vil e venenoso,
Não existe antídoto para o meu mal.
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