quarta-feira, 15 de junho de 2011

Nietzsche, Acreditarão em mim?; BH, 0150602011.

 - Acreditarão em mim?
Mas eu exigo que acreditem em mim:
Sempre pensei mal de mim, sobre mim
E somente em casos muito raros, por coação,
Sempre sem sentir prazer "nisso", pronto a me
Afastar "de mim", sempre sem acreditar no
Resultado e isso, graças a uma invencível
Desconfiança contra a possibilidade do
Conhecimento de si, uma desconfiança que me
Levou tão longe que eu considerava até mesmo
Como uma contradictio in adjectivo a ideia do
"Conhecimento imediato" que os teóricos se
Permitem: isso é quase tudo o que sei de certo a
Meu respeito.
Deve haver em mim uma espécie de repugnância
A crer alguma coisa de preciso a meu respeito.
 - Há talvez nisso um enigma?
É provável!
Felizmente que não é destinado para meus próprios
Dentes.
 - Talvez esse enigma revele a espécie a que pertenço?
Mas não para mim: por causa disso fico muito feliz.

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