Tranquei meu coração
Com chave cadeado
Acorrentei meu coração
Ao tronco dos escravos
Dos negros africanos
Dos povos oprimidos
Guardei dentro dele a
Dor desta humanidade
Que não tem direito
Que não tem história
Só morte injustiça
Sangue fome miséria
Degradação deixei nos
Fundos dos ouvidos o
Eco dos uivos das
Crianças dilaceradas
Pela violência da guerra
Pela violência cotidiana
Pelo extermínio urbano
Quero dar um grito de
Basta de basta com a
Ditadura de basta com
As matanças de basta
Com a infelicidade
Lancei meu coração
Com o sangue da
Indignação que pulsa
Dentro dele num
Lamento infinito num
Murmúrio sem fim da
Mãe negra flagelada
Da mãe cujo filho
Acabou de morrer ali
Pendente em seus braços
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