O tumulto concentrado da minha imaginação intelectual...
Fazer filhos à razão política, como os crentes enérgicos...
Minha juventude perpétua
De viver as coisas pelo lado das sensações e não das responsabilidades,
(Álvaro de Campos, nascido no Algarve, educado por um tio-avô, padre,
Que lhe instilou um certo amor às coisas clássicas...)
(Veio para Lisboa muito novo...)
A capacidade de pensar o que sinto, que me distingue do homem vulgar
Mais do que ele se distingue do macaco.
(Sim, amanhã o homem vulgar talvez me leia e compreenda a substância do meu ser,
Sim, admito-o,
Mas o macaco já hoje sabe ler o homem vulgar e lhe compreende a substância do ser.)
Se alguma coisa foi por que é que não é?
Ser não é ser?
As flores do campo da minha infância, não as terei eternamente,
Em outra maneira de ser?
Perderei para sempre os afetos que tive, e até os afetos que pensei ter?
Há alguém que tenha a porta do ser, que não tem porta,
E me possa abrir com razões a inteligência do mundo?
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