Apodera-se de mim uma inspiração
Poderosa uma imaginação forte de
Reza de cantiga de lavadeira preta
Que lava a roupa na beira do rio a
Bate na pedra estende a roupa para
Quarar canta para a tarde igual mãe
À beira do tanque no fundo do quintal
Vinha um canário da terra pousava
Aos pés dela devasta-me em sentimento
Uma emoção de paixão de menino moço
Que acaba de descobrir o amor a fé
Do carola recém-convertido que se
Agarra à igreja como à tábua da
Sua última esperança não quero
Preocupar-me em agradar em criar um
Estilo especializar-me o conformismo
O normal é praxe na nossa cultura
Não pode um medíocre querer se
Elitizar? não pode um simplório
Querer fazer parte do templo dos
Consagrados? da congregação dos tais
Abençoados? sem pretensão só tenho
Aspiração ao ar não quero galgar um
Degrau sequer além da minha total
Insignificância já ao possuir os
Elementos da natureza os movimentos
Da liberdade os tesouros da verdade
As riquezas dos princípios cubro a
Minha cabeça com os louros da virtude
Ao meu coração basta-me o ouro
Da razão o restante é a vaidade
O enfado a inveja o restante é
A ambição o querer ser o melhor
O possuir cada vez mais do que o
Semelhante só almejo o que sou só
Nem sou só o que desejo só sou meu
Ser sem egoísmo excentricidade
Sem demagogia boçalidade
Se não chamarem-me de feliz
Com certeza estarão a ofender-me
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