Enquanto todos vivem lá fora ao sol
No azul do céu abençoados pelo firmamento
Preso aqui neste cubículo tento viver
Nestas linhas imaginárias que o universo
Desconhece todos saem para a clareza do
Dia para a transparência do ar a maravilha
Da vida aqui a penar com a pena na mão a
Fingir a mim mesmo que vivo as palmeiras
Olham-me de cima, através dos vidros
Não compreendem nada as amendoeiras
Silenciosas é que são motivos de vida aos
Passarinhos o vento balança devagar não
Quer assustar o dia não ouço cachorros
Nem galinhas percebo que não ouço nada
Os roncos dos automóveis os roncos das
Motocicletas matam as equalizações da
Natureza percebo que não percebo mais a
Natureza espigões assustam-me pessoas
Desprezam-me percebo que não amo nada
Disso que todos amam não amo nada do
Que está perto amo o que está distante a
Distância a lonjura amo justamente o que
Ninguém mais ama que coisa esquisita
Estranha que sou todo mundo ama tudo
Não amo nada que coisa estúpida
Ignorante que sou todo mundo quer tudo
Não quero nada contento-me com o
Mínimo como posso ser tão bizarro
Bisonho? contento-me com uma caneta uma
Folha de papel penso que sou o máximo
Nenhum comentário:
Postar um comentário