Firo e firo com as mãos e os dedos
E as unhas, firo com tudo que tenho, firo
Com tudo que sou; firo insanamente,
Plantas, animais e gentes, firo com
Boca, língua e dentes, com veneno
Semelhante à serpente; e firo por
Ignorância, estupidez e falta de
Educação; bisonho firo pela bizarrice
Da morbidez medonha e nestes atos
Cometo todos os gestos de injustiça,
Todos os jeitos dos injustos; passo os
Dias e as noites a ferir, pela falta de
Sonhos e pela contundência de
Pesadelos; sou um modelo de ferida
Crônica, aberta, gangrenada e firo
Como infecção; e firo triplicadamente,
Com alma, espírito e ser; firo com
Todos os sentidos e sentimentos; firo
Com cérebro, mente, memória,
Lembrança e recordação e com
Fígado, rins e coração; com intestinos,
Entranhas e organismo; com poder
Mental visceral, firo além do bem e
Do mal; firo para fazer chorar aquele
Que está a sorrir e é assim que gosto
De me divertir sadicamente, como se
Fosse um membro da elite, ou como
Se fosse um componente da burguesia;
Ou político, ou polícia, açougueiro, ou
Milícia, firo como me ferem a sociedade,
O estado e a igreja; firo, como ferem-me e
Como ferem-me, firo, ação e reação e
Reação e ação, segundo as leis universais:
Firo como um tanatólogo necrófilo.
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