Antigamente chapa-branca de placa cujo fundo é branco de automóvel
De órgão do governo, ou representação diplomática, era símbolo de
Orgulho, hoje é símbolo de corrupção, de política e de políticos
Podres, de saúde falida, de falta de educação, moradia, segurança;
Hoje é símbolo de mordomia, de ostentação, de desinteresse com a
Coisa pública e já não causa ufanismo, já não causa inveja e nem
Orgulho; pelo contrário, causa asco e nojo, causa vergonha, causa
Raiva, ira e cólera com o comportamento dos tais poderes no país; e
Já vou para quase meio século de vida, se Deus não mandar ao
Contrário e não sinto perspectivas de melhoras; em todo terreno,
Tanto plano quanto elevado, é chapada, ou planalto, é a esplanada, ou
O alto dum monte e até na planície de vegetação rasa, o destrato e
O desrespeito com os interesses do povo, vão por água abaixo; e é
Daí para a entrada ampla do chapadão, do antigo chapado da rampa, o
Completo, o perfeito, que soube muito bem chapar a poupança, ao
Guarnecer seus planos, antes de cair e estatelar-se com seus chapas; e
Causar o chapear, de abrir chapelaria, onde se fabrica, vende chapéus,
Com ofício de chapeleiro, em plena época que não se usa mais a
Cobertura da cabeça, em geral, de variados feitios, para uso feminino;
E o guarda-chuva e a sombrinha, abriu o mercado para a importação
Predatória, com dignidade de autoridade cardinalícia; e quando pediu,
Não recebeu do povo o chapéu-de-chuva, usou o de cobra, o de
Cogumelo para o chá e saiu a chapinhar, sem o guarda-sol, como a
Bater num líquido, com os pés e as mãos para agitá-lo, igual a peixe
Fora d'água, que só para com a chapoletada na cabeça, com a pancada
Que o coloca fora de vida; e com linguagem obscura, indireta, acusou
Meio mundo e se embaraçou nas próprias acusações; os problemas
Em que se dão as indicações, não se descobriu a palavra chave,
Previamente escolhida e o logogrifo que tentou passar à nação, foi a
Charada da mentira, a adivinhação feita com palavras, que levou à
Falsidade e à ilusão do erro cometido pelo povo e não pessoas de
Um charadismo barato, uma prática de charadista, que aproveita a
Euforia da charanga, da pequena banda de música, formada por
Instrumentos de sopro, que acompanha as torcidas; e tentou sair do
Charco, mas, já tinha se transformado em água estagnada, em
Depressão rasa, cheia de lama e lodo, uma charge de presidente,
Uma imitação grosseira de homem, com fins de sátira, uma
Caricatura de político; e que saiu com tumulto, saiu com confusão de
Vozes de charivari, com conversa fiada e cantada, tipo minha gente,
Acreditem em mim; e não parou aí, continuou a tagarelar pela mídia
Que sempre o deu atenção; a conversar à toa pelos programas bregas
E para os jornais que abrem espaços para ele charlar; tudo próprio
De charlatão, dum tipo charlatanesco, que entrou para a nossa
História e do qual não nos veremos livres tão cedo; e muito menos da
Charlatanice que ele carrega, recentemente, numa eleição, para prefeito,
A usar todo o charlatanismo e a atividade que o demonstra e não
Conseguiu nada, pois o povo com o tempo enjoa daquele que abusa da
Boa fé alheia; o povo não dá mais crédito ao indivíduo que se apresenta
Ilegitimamente, como habilitado a um determinado fim; o povo não sente
Mais encanto por impostor, não sente mais charme e nem mais sedução,
Por quem faz fingir-se de desentendido, como que a situação nada tem a
Ver com ele; e passa a bancar o gostoso, o melhor e mais charmoso, o
Que tem mais charme, é mais fascinante e atraente e no fundo, não passa
Duma charneca, dum terreno inculto onde crescem plantas daninhas,
Ervas rasteiras e silvestres; antigamente o povo apanhava de político
Assim, hoje não, a coisa mudou, político é que pode apanhar do povo.
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