E sou tão pequenino
Tão pequenininho
Que passo folgado
No fundo duma agulha
E sou tão pobre
De ser e de espírito
E tão frágil
Que qualquer água me derrete
E sou tão leve
Que qualquer ventinho
Leva-me para longe
Para lá
E para cá
E sou tão pequenininho
E ignorante que
Minha ignorância
Vai além do horizonte
E se ignorância
Pagasse imposto
Estaria perdido
Estaria sempre
Em débito
Com o estado
E sou tão pequenino
E tão pequenininho
Que me afogo
Em qualquer
Gota de lágrima
E qualquer solidão
E qualquer saudade
Ataca-me o peito
E me mata
E sou tão pequenino
Tão pequenininho
E que devagar
Que o tempo
Passa ligeiro
E até hoje
E até agora
Não aprendi a amar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário