terça-feira, 29 de janeiro de 2019

No meu cotidiano comer não é o mais importante; BH, 0120170602002; Publicado: BH, 0601102010.

No meu cotidiano comer não é o mais importante
Beber também não é o mais importante muito 
Menos viver ou amar ou morrer no meu pleno
Cotidiano o que é o mais importante do que sou
Do que meu ser ente alma espírito essência é o 
Escrever mais do que o quantum satis o quanto
Seja suficiente quia nominor leo porque me
Chamo leão mas não para levar em conta nem
Ao pé da letra o que nos conta Fedro numa
De suas fábulas perguntado porque ficava com a
Maior melhor parte respondeu o leão porque
Sou leão é a razão do mais forte só que
A minha força a minha razão estão no que 
Escrevo não tenho emetropia a visão normal
Mas mesmo assim procuro meu tesouro não 
Chegarei a tal ponto de perfeição duma 
Emiliana escola de pintura da Emilia norte da 
Itália que teve grande influência na história da 
Arte italiana graças ao gênio de Antônio Allegri o
Corregio (1489-1534) porém trago a esperança 
De deixar também o meu legado de herança à 
Humanidade alguma coisa ainda vou emoldar
Terei um futuro para colocar no molde um 
Enfoque para enquadrar espero não ter que 
Emolir esta performance de operário literário de 
Trabalhador de palavras não posso deixar 
Amolecer em mim a vontade de escrever sempre
O dia em que este fogo se abrandar vier
Desfazer em mim esta imagem que sonho
Construir prefiro morrer na dureza duma lápide
De pedra fria sem sentido o pesadelo quer
Emordaçar-me o transe tapar a boca com
Mordaça o pânico amordaçar-me resta-me
A utopia que não deixará o ruído da procela
Emouquecer-me nada irá tornar-me um mouco 
Ou deixará que venha ensurdecer aos clamores 
Da natureza vencerei ao emperrador o
Empacador se afastará de mim o empacador
Não me deterá nem me matará de enfartamento
O empachamento não será o meu fim sei bem 
Como ensacar uma desilusão enfiar no saco 
Uma viola amassar um feijão com farinha
Amarfanhar um travesseiro ou empaçocar numa 
Empacotadeira todo empecimento qualquer 
Dano vindouro que queira empecer ou aumentar
O estorvo que me cerca não nasci para
Prejudicar mas todos querem impedir meu voo
Estorvar minha alegria felicidade ou até
Mesmo transformar meu mundo o mais fácil é
Criar obstáculos empeces como empeço
Não nos ajudamos mutuamente empeça 
Empeças atrasaremos muito mais ainda
É hora de parar de empecer enredar o destino
Emaranhar o cotidiano quem vier para
Por obstáculos irá embaraçar-se regularmente
É hora de parar de empeçar o semelhante quem
Por malgrado empeça a raça humana não é feliz
Se nós nos empecemos uns aos outros também
Não seremos felizes não vos empeçais nem 
Empeçam jamais deixa fluir igual líquido precioso
Deixa jorrar sem que empece o fluxo ou que
Empeces o sangue nas veias pois o pior é 
Pavonear-se não fazer nada guarnecer-se de 
Paveses inúteis adorna-se de coisas fúteis
Lembra-te de enfeitar-te só pelo lado de dentro
Quem ousa empavesar-se pelo lado de fora 
Certamente cairá no ridículo sofrerá de empatia
Penará no retraimento das sensações emoções
Comportamentos relativos à outra pessoa numa 
Tendência para aceitar um conceito psíquico diferente
Da própria vida interior ou será um empastado de 
Vaidade terá inveja que forma pasta falsa beleza
De cabelo colado ou falsa força unida todo
Polvilho empasma pó para enxugar o suor ou 
Atenuar-lhe o cheiro não será suficiente só 
Acrescentará o emparvoecer ao olhar no espelho
O que vês? que algo o fazes tornar mais parvo ou
Ver a imagem dum idiota o espelho tenta dizer 
Para de emparvar-te basta de abobalhar-te muito 
Emparvamento mata idiotice é doença
Abobalhamento pega por isso quero ser um 
Humilde terreiro onde alguém venha emparreirar
Ou cobrir de parreiras videiras suspender em 
Estacas os cachos de uvas num emparrar tranquilo
Ou de fim de tarde no cobrir de parras de pâmpanos
Ou tranquilo empampanar fugir do emparedado sair
Do encerrado entre paredes ou do viver enclausurado
Murado igual a um presidiário que passa os dias a 
Empar os sonhos ou a suster a esperança a empapuçar 
De ódio dia após dia a inchar de vingança até 
Intumescer de cólera inflar de tanta raiva engole
No desespero o pão empanizador da ânsia o
Bolo empachador da angústia vai às compras
Para ensoberbecer-se vive a inchar-se de vazios
De coisas vãs fúteis corre para calçar as pantufas
Inúteis para empantufar-se de quimeras ilusões
Quando vem o fim é para atolar na dúvida
Perguntar aflito o que será de mim? meu destino 
Será o enlodar na lama? alagar com meu pranto o 
Deserto do meu rosto? empantanar sem amor no 
Amanhã? ou continuarei a azarar-me? seguirei a 
Encaiporar-me? para esperar a evolução que não 
Vem ou só o empanemar sem futuro como um
Empanamento o lado empanado mas o semblante
Continua pálido o rosto manchado de vergonha
Nem o pó branco consegue disfarçar o que é 
Aspergido na face o que é introduzido no nariz

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