terça-feira, 14 de julho de 2020

"Originais", RJ/1980, Gritos pela Amazônia; Publicado: BH, 0140702020.

Pelo amor de Deus
Não botem as mãos na Amazônia não
Se botarem as mãos na Amazônia
Vou fazer uma zona danada
A Amazônia é nossa
É do povo brasileiro consciente
Que conhece seu país
Enfrenta seus problemas
E seu dilemas
Tirem as patas daí
Cambadas de filhos da puta
Não arranquem um galho
Uma flor ou uma folha sequer
Desta floresta aí
Esta floresta é sagrada 
Esta floresta é santuário
Se mexerem aí
Pau vai comer
O coro vai derreter
Pelo amor de Deus
Não façam uma desgraça dessa não
Não acabem com a Amazônia não
Conservem esta natureza
Com sua fauna e flora
Seus índios e suas coisas
Se derrubarem uma árvore aí
Sangue vai correr
E tenho sangue nas veias
Para derramar por esta floresta
Em minhas veias
Não corre água pútrida não
Cambada de filhos duma égua
Corre é sangue mesmo
Pode não ser dos melhores
Pode não ser um sangue puro e arterial
Pode não ser um sangue azul
Mas é o sangue dum brasileiro
Desesperado e preocupado
Com o futuro da nossa Amazônia
Pelo amor de Deus
Ouçam os meus gritos pela Amazônia
Deixem pelo menos a Amazônia
Dormir no seu berço eterno
Pelo amor de Deus.

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