Da varanda do Gelo Bar,
Vejo a praça,
É a praça do IAPI da Penha;
As pessoas vão chegar aos poucos;
Moleques e adultos jogam bola;
Os velhos bebem muito
E fumam demais;
Falam em churrascos,
Jogo do bicho e cervejas;
Fala-se pouco em mulher;
O 630 passa veloz,
Os carros passam rápidos,
As crianças atravessam as ruas
De um lado para outro, sem cuidados,
Não têm medo dos carros;
Os pardais pousam nos paralelepípedos
E catam grãos de areia;
Ao entardecer, a rapaziada do nariz,
Vai chegar devagar,
Como se não quisesse nada;
A rapaziada se instala na calçada ao lado;
A conversa é jogada fora,
Não se fala em nada;
Só uma fuga de vez em quando,
Para um teco legal;
A praça é tranquila;
O resto de tarde também;
Pouca gente agora nos bares;
Os bêbados tradicionais resistem;
Muitas meninas moças continuam a passar,
Cada uma mais bela que a outra,
Cada short menor que o outro;
Lá no alto em cima da pedra, a Igreja;
É assim que vejo da varanda do Gelo Bar,
A praça do IAPI, na Penha,
Subúrbio da Leopoldina,
Cidade do Rio de Janeiro.
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