Ao olhar para este papel branco
Com esta caneta na mão não
Perco a tentação tenho que
Escrever alguma besteira seja
Lá o que for tenho que escrever
Se não escrever não consigo
Dormir vou preencher este papel
De palavras que nada dizem de
Frases que nada formam saem
Normalmente fluem normalmente
Como a água da fonte talvez um
Dia arrume assunto talvez um
Dia tenha sentido aí a coisa muda
Aí terei razão enquanto esse dia
Não chega vou preencher esta
Folha de papel branco inútil
Com palavras inúteis escritas
Por uma caneta inútil segurada
Por uma mão inútil da ponta dum
Braço inútil que pende dum
Corpo inútil ocupado por um
Espírito inútil inerte frio espírito
Duma cabeça sem cérebro
Dum cérebro sem cabeça sem
Vida duma vida sem amor
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