Ao olhar pra este papel branco,
Com esta caneta na mão,
Não perco a tentação,
Tenho que escrever alguma besteira,
Seja lá o que for,
Tenho que escrever;
Se não escrever, não consigo dormir;
E vou preencher este papel,
De palavras que nada dizem
E de frases que nada formam
E saem normalmente,
Fluem normalmente,
Como a água da fonte;
Talvez um dia, arrume assunto;
Talvez um dia, tenha sentido; e aí
A coisa muda, aí terei razão; e
Enquanto esse dia não chega,
Vou preencher esta folha
De papel branco inútil,
Com palavras inúteis, escritas
Por uma caneta inútil, segurada
Por uma mão inútil, da ponta de
Um braço inútil, que pende de um
Corpo inútil, ocupado por um
Espírito inútil, inerte e frio espírito;
E de uma cabeça sem cérebro,
De um cérebro sem vida,
E de uma vida sem amor.
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