Vou abrir a minha cabeça,
E irar tudo de dentro dela,
Como se tira de uma mala velha,
Quinquilharias e antiguidades,
Que ficam guardadas por anos,
Sem nenhuma importância;
Vou esvaziar minha cabeça,
Bater com ela na parede,
Até esfacelar por completo
E derrubar a muralha,
De concreto armado,
Que se formou em meu cérebro,
Numa barreira de bloqueio,
Que não me deixa descobrir,
Um mistério sequer
De dentro de mim;
E tudo que faço
E o que não consegui fazer,
É motivo de arrependimento,
Depressão e mau humor,
É motivo de culpa,
Remorso e desequilíbrio emocional;
Vou me decapitar,
Decepar minha cabeça,
Num cepo em praça pública,
Se não consegui enxergar,
Qual o mistério que se passa comigo;
Não pode ser coisa certa,
Não sei o que é,
E algo de errado tem;
Estou a ficar cada vez mais velho,
O tempo passa, e estou a perder tempo,
Pois não estou a achar,
Uma fórmula de me curar.
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