O ódio se alastra pela humanidade,
Feito doença contagiosa, eruptiva,
Semelhante à varíola, à catapora,
E ao sarampo, alastrim;
A raiva vai no mesmo caminho,
E o rancor também;
E o saldo é esse que vemos aí:
Crianças violentadas, abandonadas,
Assassinadas; homens e mulheres
Perdidos e aos prantos, no meio de
Fumaça e poeira, ferros retorcidos e
Escombros, cemitérios clandestinos
E câmaras de torturas; sepulturas
Rasas esquecidas, às beiras das
Estradas, semidestruídas; e o amor
Onde entra aí? onde fica o amor
Nessa situação? há espaço para o
Amor, no nosso coração? e a paz?
O que é feito da paz? porque a paz
Não é importante? porque a paz é
Tão frágil? tão infantil e fraca, como
A maioria das crianças, dos campos
De refugiados, das várias nações em
Conflitos pela face da terra? porque
A paz é tão capenga ainda? temos
Que ser a muleta da paz, a cadeira
De rodas, a bengala, o aparelho
Ortopédico, que vai fazer a paz andar,
Que vai fazer a paz habitar, em todos
Os lares de todos os povos,
Que habitam o mundo.
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