segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Alameda das Princesas, 756, 108; BH, 0201002012; Publicado: BH, 0190102015.

O universo é o meu útero, o meu casulo
De gestação; submerso nesta placenta,
Espero dia após dia a minha formação;
E o dia em que for nascer, que seja o
Dia da minha libertação; o universo é a
Minha barriga de mãe, está grávido de
Mim e quer dar-me à luz no infinito e
Já nascerei do tamanho desse colosso;
E em vez de envelhecer, rejuvenescerei,
Como acontece, por mais que o tempo
Passe, mais novo é o universo; e este
Fenômeno acontecerá comigo e serei
Um protótipo desta fenomenologia; o
Universo é o meu pai, a minha mãe, e a
Minha casa; e neste berço serei embalado,
Mimado, acalentado, não chorarei
Criança a querer de mamar; não pirraçarei
Luxento a levar palmadas e a minha
Escola, o meu colégio, a minha
Universidade, o universo será o meu
Professor; aprenderei o que aprendem
As estrelas com as galáxias, terei a
Força das gravidades dos astros e suas
Atrações e saberei de cor as leis
Universais; morarei nos aglomerados
De constelações e terei o mesmo brilho
Dos pulsares e dos quasares e das
Quanta que são; e daqui não levarei
Lembranças de angústia e de ilusão;
E de ansioso, só o do saber do
Conhecimento, que guardarei no  
Coração; mamãe terá orgulho de mim
E papai dirá que em fim honrei a família.

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