segunda-feira, 12 de junho de 2017

Llewellyn Medina, Os sons da madrugada vazia.


                                               Os sons da madrugada vazia

Os sons da madrugada vazia são vazios e sem sons
dentro da madrugada vazia que madruga em seu cobertor negro e sem sentido
os sons da madrugada vazia que madruga em seu cobertor  negro e sem sentido
os sons da madrugada vazia parecem ser passos
seguem sob a proteção de medidos pontos de luz
pontos de luz acompanham talvez o último solitário
 os sons da madrugada vazia acompanham  o último solitário
que deixou sua cansativa  faina noturna 
 o primeiro operário em direção de seu trabalho despido de horizonte
solitário como o latido do cão triste
como o motor do primeiro ônibus
como o trajeto apressado  da ratazana desavisada e sem rumo
da ratazana que assusta e se assusta
os sons da madrugada vazia são vazios
como são vazias minhas madrugadas

minhas madrugadas vazias. 

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