Cansei de morrer
E penso que agora,
Eu quero é viver;
Cansei de ser defunto,
De ser cadáver,
Abandonado e sem dono,
Sem atestado de óbito
E sem sepultura;
Cansei de ser indigente
E penso que agora,
Eu quero é ser gente;
Viver e amar,
Ser feliz e ter paz;
Cansei de ser morto
E penso que agora,
Eu quero é ser vivo,
Alegre e tranquilo;
Nada de morto triste,
Feio e triste;
Vivo e bonito,
Cansei mesmo,
Perdi o cheiro de mofo,
Perdi o ar de cemitério,
A cor dos mortos eternos;
Vou deixar os mortos,
Com os próprios mortos,
Levantar da poeira,
Feito um Lázaro.
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