quarta-feira, 11 de maio de 2011

Ontem se não me falha, RJ, 030401999; Publicado: BH, 0110502011.

Ontem, se não me falha,
Talvez anteontem,
Quando estávamos no ônibus 498,
Minha filha, minha esposa e eu,
Um passageiro nos ameaçou,
Com uma arma;
Ao mesmo tempo que aos gritos,
Exigia dinheiro, relógios e carteiras;
Joguei para ele a minha carteira,
Vazia de dinheiro,
Porém cheia de papéis inúteis;
Vergonha da crise que assola,
Vergonha da recessão,
Minha mulher deu R$2,00;
Eu nem conto para ninguém,
Tenho até receio da gozação,
Um assalto com pistola e tudo,
Sangue derramado de nariz,
De uma senhora idosa,
Choro da minha filha em pânico,
Eu chamado de gordão,
Mandado ficar quieto,
E depois mudado de lugar,
Sob a mira da pistola,
Para o fundo do ônibus,
E o martelar dos gritos;
E no final até piada teve;
Minha esposa a dá só R$2,00,
Ao passageiro armado,
Foi mais do que hilariante;
É o tipo de história de final feliz,
No final de tudo, todo mundo rir.

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