Sinto-me como se fosse
Aquela personagem de André Gide,
São tantos os meus bloqueios,
Tantos são os percalços, que não
Consigo idealizar, e nem concretizar
Uma obra, por mais simplória e
Superficial que seja; e todo o meu
Processo de criação, fica prejudicado;
E acabo por fazer, e a escrever, não o
Que desejava, porém algo totalmente
Fora da minha ideia; acabo por escrever
O que até ao meu amigo mais intimo,
Não tenho coragem de mostrar; e a
Dita obra, a dita poesia, o dito poema,
Descem pelo ralo, como obras fisiológicas:
Não obras-primas, não obras de arte;
E a dor intima é maior do que a dor da
Criação, do que a dor do universo, e a
Falta de inspiração; a falta de criatividade
É mais aguda, mais sentida do que a
Falta de um pedaço de pão.
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