“Quando eu morrer quero ficar,
Não contem aos meus inimigos,
Sepultado em minha cidade,
Saudade.
Meus pés enterrem na rua Aurora, no
Paiçandu deixem meu sexo, na
Lopes Chaves a cabeça esqueçam; no
Pátio do Colégio afundem o meu coração paulistano:
Um coração vivo e um defunto bem juntos.
Escondam no Correio o ouvido direito,
O esquerdo nos Telégrafos,
Quero saber da vida alheia,
Sereia.
O nariz guardem nos rosais,
A língua no alto do Ipiranga para cantar a liberdade.
Saudade…
Os olhos lá no Jaraguá assistirão ao que há de vir,
O joelho na Universidade,
Saudade…
As mãos atirem por aí,
Que desvivam como viveram,
As tripas atirem pro Diabo,
Que o espírito será de Deus.
Adeus.”
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