Oh pedras ouçais o que canto
Ouçais meu canto, pedras de
Cristais vidros de vitrais
Oh árvores imortais canto estes
Cantos que Camões deixou
Escapulir nas ondas dos mares aonde navegou;
Canto estes Cantos que Homero esqueceu
O vento que os encontrou
Os trouxe aqui;
São Cantos de Troia
São Cantos da Grécia
São Cantos infinitos de Portugal infinito;
Oh belas pedras milenares
Tantos cantos tendes bem mais do que sou
Quantas batalhas vossos olhos presenciaram
Quantos corpos espatifaram-se
Contra vossos rochedos aedo aqui
A querer cantar num altar de tanta grandeza
Quantos sangues lavaram vossas pradarias
Toda vez em que se fere uma rocha do vosso rebanho
Dela brota sangue onde lavo minhas mãos
Lavo os meus pés enxugo em vossos cabelos sagrados
Oh pedras tão consagradas moradas das eternidades
Moradias de sobrenaturais entidades;
A mesa mais soberana é a que será preparada
Diante de mim na presença dos meus inimigos,
Que me darão do próprio sangue para provar
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