domingo, 16 de março de 2014

Podes sossegar o mar; BH, 0401002013; Publicado: BH, 0160302014.

Podes sossegar o mar,
O vento e o tempo e o cantar;
Não sossegarei,
Nenhum só momento cessarei os movimentos;
Podes parar a água
E a águia e a Terra e o universo;
Continuarei a procurar
E depois de encontrar,
Não pararei de desfrutar;
Emergi das cavernas mais misteriosas,
Submergi das crateras mais profundas
E inda não me olhei,
Não disse para mim nada,
O de mais importante que alguém
Tem a dizer de si mesmo;
Podes chamar-me de conturbado,
Sim sou conturbado,
Irrequieto igual ao cachorro cheio de pulgas,
Ou o macaco carregado de piolhos;
Na certa um desassossegado,
Mas quantas forem as estrelas das
Constelações dos aglomerados de galáxias,
Quantos forem esses astros que compõem o universo,
Serão as vezes que não terei sossego;
Não sossegarei e podes sossegar,
Como uma criança que recebe um acalanto,
Podes serenar e orvalhar;
Despenderei as tempestades solares,
As nuvens intergaláticas de poeiras cósmicas;
E grão por grão dessa poeira analisarei,
DNA por DNA,
Genoma por genoma
E então apresentarei o meu sorriso de sossegado.

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