sábado, 15 de março de 2014

Nas ondas das poesias dos poetas loucos; BH, 0601002013; Publicado: BH, 0150302014.

Nas ondas das poesias dos poetas loucos
Nos mares dos poemas mais sujos
Nos oceanos dos sonetos reveladores
Descobridores de bardos
De cancioneiros de odes
Perco essas noites de sono
Não é à toa
A arte merece sacrifício
É ao se consumir que a vela ilumina
Não se serve a dois senhores ao mesmo tempo
Ou à poesia ou morte
Não se assa milho de olho no vento
Não chupa-se cana a assobiar na mesma hora
Ou bem ajunta-se vintém
Ou mal se fala amém
Nas espumas quebradas nos escolhos
Faz-se mais barulho do que choro
Cada caco de espelho é um pedaço duma sombra
Todo dia olho o céu
Como se nunca o tivesse visto
Como se fosse a última vez
Em que vou vê-lo
Quando fecho os olhos
Já sinto saudades
Sou quase cego
Imagineis então
Se tenho boa visão
Todo dia seria dia de festa
Para as meninas dos meus olhos
Nas ondas das poesias
Para ganhar uma
Cantar à alegria
Alegria de quem tem amigos
Bebedores de vinhos
Bebedores de cervejas
Boas cervejas geladas
Não percebo quem não percebe a alegria,
Dum copo cheio numa noite de folia
Com amigos numa mesa de bar
A cantar à alegria

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