Quem nunca leu uma linha do horizonte
Quem nunca testemunhou o encontro das paralelas
Quem nunca habitou o olho do furacão
Quem nunca deu nome à todas as estrelas dos céus
Quem nunca as chamou pelos nomes
Quem nunca viajou pelos exoplanetas fora do corpo
Quem nunca saiu do sistema solar
Quem nunca ultrapassou as barreiras do universo
Quem nunca entrou dentro dum núcleo dum átomo
Quem nunca entrou dentro duma membrana celular
Quem nunca contou os grãos das poeiras cósmicas
Quem nunca bebeu água de chuva ácida
Quem nunca caminhou pelos caminhos subterrâneos que unem os continentes
Quem nunca pescou nos lençóis freáticos
Quem nunca soube contar o era uma vez da pré-história
Quem nunca teve contato imediato do terceiro grau
Quem nunca viu fantasmas assombrações espíritos almas penadas
Quem nunca viu entidades entes sobrenaturais duendes
Quem nunca viu restos mortais dos loucos mortos em hospícios
Quem nunca viu restos mortais dos presos mortos em calabouços
Quem nunca viu nada dos mortos engolidos pelos mares que inda não foram vomitados
Quem nunca andou sonâmbulo de cabeça para baixo no teto
Foi acordado no ato ao cair de ponta cabeça
Deu uma guinada de gato no corpo caiu de pé:
Está a beber pouco a fumar pouca maconha
A cheirar cocaína batizada a aplicar água nas veias
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