domingo, 14 de dezembro de 2014

Alameda das Princesas, 756, 51; BH, 020902012; Publicado: BH, 01401202014.

É domingo vejo os sabiás na amendoeira
Não acredito é domingo choro neste
Momento as andorinhas passeiam no azul
A única coisa que este estúpido sabe fazer é
Chorar levanta os olhos para cima imbecil
A amendoeira está a zombar de ti até os
Bem-te-vis não te dão a mínima as letras
As letras saltitam fogem de ti o mais cruel
Perdeste as palavras as palavras estão na
Tua dianteira há bilhões de anos-luz
Não pegas nada não percebes nada não
Tens um bilionésimo de segundo de
Percepção todas as tuas portas estão
Fechadas meu caro Brecht inda quis
Ajudar-te mas és imperfeito demais
É domingo não vejo mais a amendoeira
Os sabiás nem os bem-te-vis não vejo
Mais o firmamento acredito então
Estão todos lá fora existem sem mim
Não existo nem em mim sequei a
Lágrima disfarcei a voz não choro mais
Inda fungo um pouco mas não é isto que
Faz-me existir o que me faz existir é não
Sentir fragilidade é sentir confiança fé
Na minha garantia acreditar na minha
Segurança, no meu poder de potência
Na minha consciência é nisto se tivesse
Que existiria mas, não tenho não me
Tenho então não me sou aonde
Andarão os meus pensamentos? quem
Sabe de mim? aonde andarei que não me
Encontro de forma alguma? Bertoldo
Besta gritei é domingo Bertoldo não
Obtive resposta mas alegrei-me até que
Enfim olhei para mim que final feliz

Nenhum comentário:

Postar um comentário