O amante fervoroso e o pensador sombrio,
Na madura estação, costumam se apegar
Aos gatos fortes, bonachões, deuses do lar,
Que avessos são também às mudanças e ao frio.
Amigos da volúpia, amigos do saber,
Procuram o silêncio, a noite e seus mistérios;
Podiam ser do Erebo os ginetes funéreos,
Se o orgulho, em servidão, os deixasse viver.
Mantêm, no seu cismar, as poses conhecidas
Das esfinges que estão, no deserto, estendidas,
E parecem dormir num sonho persistente;
Em seu dorso fecundo, estranha luz cintila,
E partículas de ouro, iguais à areia ardente,
Acendem vagamente a mística pupila.
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