Mandei pregar as estrelas
Para velarem teu sono,
Teus suspiros são barquinhos
Que me levam para longe...
Me perdi no céu azul
E tu, dormindo, sorrias.
Despetalei uma estrela
Pra ver se me querias...
Aonde irão os barquinhos?
Com que será que tu sonhas!
Os remos mal batem n'água...
Minhas mãos dormem na sombra.
A quem será que sorris?
Dorme quieto, meu reizinho.
Há dragões na noite imensa,
Há emboscada nos caminhos...
Despetalei as estrelas,
Apaguei as luzes todas,
Só o luar te banha o rosto
E tu sorris no meu sonho.
Ergues o braço nuzinho,
Quase me tocas... A medo
Eu começo a acariciar-te
Com a sombra de meus dedos...
Dorme quieto, meu reizinho.
Os dragões, com a boca enorme,
Estão comendo os sapatos
Dos meninos que não dormem...
A primeira vez que li este poema foi em uma publicação de um jornal de Porto Alegre (se não estou enganada no Zero Hora). Fui, literalmente, tomada de assalto por sua beleza e de imediato, dediquei-o ao namorado da época. O namoro acabou mas a amizade permaneceu e, até hoje, este é um dos meus textos poéticos favoritos.
ResponderExcluirLelis, concordo plenamente contigo, é uma bela obra-prima, igual ao próprio Mário! muito obrigado pelas manifestações, volte sempre!
ExcluirQuero num resumo desses pena
ResponderExcluirE urgente é 0ra hoje
Poema
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