terça-feira, 29 de março de 2011

O que escrevo não é algo tão bonito; BH, 0290302011; Publicado: BH, 0290302011.

O que escrevo não é algo tão bonito
Para ser considerado poesia descrevo
Gritos de loucos uivos de feras urros
De bestas berros de animais reflexos
De amentais espasmos de epiléticos
Não posso ser considerado poeta não
Posso ser classificado nem aceito no
Meio acadêmico sou sobrevivente
Da era da pedra lascada tudo que
Registro é o que consigo decifrar
Das paredes ocultas das minhas
Cavernas pré-históricas o que
Tento chamar de poesia não passa
De lamentos daqueles fetos dos
Partos daquelas mulheres dos
Períodos neolíticos não pode ser
De vanguarda não pode ser atual
Nem pode ser moderno um escrito
Novo se não fosse tão teimoso não
Tivesse tanto tempo ocioso não
Fosse preguiçoso gostasse de
Trabalhar não perderia tanto
Tempo a espalhar pelo mundo
Afora o que não deveria ter saído
De dentro do meu mundo não é
Sacro nem o osso a igreja amaldiçoa
Não é taumaturgo não mudará a
Sociedade ou trará felicidade à
Humanidade pode causar convulsão
No ser humano convulsionar a raça
Humana como não tem antídoto
Não tem vacina deve ser evitado
Para não virar epidemia não virar
Pandemônio com a infinidade de
Componentes que este espírito tenebroso
que move esta mão tenta segurar

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