Saias detrás dessa porta seu fantasma
Vagabundo espírito errante alma
Vacilante o que fazes aí nessa
Penumbra? já não basta seres uma
Sombra ainda estás aí a espiar-me
Das sombras? que espécie de pobre
Ou rico diabo és tu? não sei só sinto
Esse bafio na minha nuca o peso
Do teu olhar vazio em mim não me
Cobiças não quero concorrência
No meu ramo vens aqui agir na
Minha área? vais ficar sempre às
Escondidas a sondares aos que
Queres seduzir? apareças um dia
Ou uma noite quando a luz estiver
Acesa não me tentes das trevas
Venhas para o campo limpo para
As colinas veredas não queres
Deixar a umidade? sinto o cheiro
De mofo no teu esconderijo abres
Pelo menos as janelas deixas
Entrar o ar fresco alguns raios
Da luz do sol para arejar depois
Fechas novamente ficar a me
Rondar assim a me sondar
Querer a me pegar de surpresa
Não venhas me derrubar que
Não caio não entro no teu balaio
Nem sou teu cavalo baio podes
Murmurejar à vontade é até bom
Que me faz lembrar no tempo
Em que vivia caramujo no mar
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