Não passo além do meu tempo,
Tempo perdido por esperar,
Que caia do céu uma ajuda,
Um pedaço de maná,
Que me faça projetar,
Na esfera do meio social;
Mesmo ao saber que vou sumir no limbo,
E nenhum rasto meu,
Vai permanecer aqui,
Nem mesmo eu,
Minhas lembranças,
Minhas memórias,
Minha biografia;
Não é necessário,
E não sou necessário,
Não estou presente,
E nem sou útil,
Sinto-me fútil,
Deprimido e confuso;
O pó do meu pó,
Não será a minha volta,
Pois quem não foi,
Quem não é,
Não pode voltar;
Se não foi formado,
Não foi sido,
Não teve existido,
E nem as marcas
Permanecerão aos olhos vistos:
Só uma tênue névoa,
De um espectro de vitral.
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