Ventania vai para lá.
Ventania vem para cá,
Com a língua do lado de fora,
A babar sem parar;
Ventania, vulgo Antônio,
Já bebeu toda caninha da roça,
Que chegou no IAPI da Penha;
Todo mundo no IAPI,
Conhece a história do Ventania;
Hoje vergado pelo peso da idade,
Talvez pelo peso das garrafas,
Que o fígado dele,
Teve que filtrar;
Muitos dos que falaram,
Que Ventania ia morrer,
Morreram na frente dele;
Ele continua aí,
A babar só,
A falar por gestos,
A língua não mexe mais;
Lá vem o Ventania,
Todo mijado na frente,
Todo sujo atrás;
Entra, puxa uma cadeira,
Quer sentar,
O dono do bar grita com ele,
Cai fora, Ventania!
Antes pedia para entrar;
Agora que gastou todo o dinheiro,
Agora que gastou toda a vida,
Ninguém mais quer,
A companhia dele;
Lá vai o Ventania,
Hoje não, um dia.
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