quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Alienado isto é que sou; BH, 080701999; Publicado: BH, 0110802011.

Alienado isto é que sou,
Tenho alienação, confesso,
Sou louco desde criancinha;
E o meu lado alienador,
O que me aliena de verdade,
É que desde menino, penso,
Que sempre fui alienante,
De propriedade e de domínio;
E só sei alienar e a transferir
A outrem, o direito de propriedade,
Da minha total insanidade;
E só ao alhear a paciência,
De Deus e dos homens e dos
Demônios, do mundo e do universo;
Tentei ceder a minha mente,
Para uma experiência revolucionária,
Um tratamento moderno qualquer,
Ela fez o aparelho desviar,
Afastar a racionalidade, alucinar
A razão, enlouquecer a noção,
Desgovernadamente e a perturbar
A concentração do sanatório
Alienatório; e sou aquele a favor
De quem se aliena a loucura
Própria, à propriedade e ao
Domínio da lógica, que não se pode
Transferir, não existe transplante,
O cérebro é alienável, morada
De mente alienígena, espírito
De outras terras, alma estrangeira;
E o alienista salvador, internou
A todos para tratamento dos
Alienados; o médico especialista,
Psiquiatra, em doenças mentais,
Foi o primeiro: como vai, doutor?

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