sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Antero de Quental, Evolução; BH, 0260802011.

Fui rocha em tempo, e fui no mundo antigo
Tronco ou ramo na incógnita floresta?
Onda, espumei, quebrando-me na aresta
Do granito, antiquíssimo inimigo?
Rugi, fera talvez, buscando abrigo
Na caverna que ensombra urze e giesta;
O, monstro primitivo, ergui a testa
No limoso paul, glauco pascigo?
Hoje sou homem, e na sombra enorme
Vejo, a meus pés, a escada multiforme,
Que desce, em espirais, da imensidade?
Interrogo o infinito e às vezes choro?
Mas estendendo as mãos no vácuo, adoro
E aspiro unicamente à liberdade.

Nenhum comentário:

Postar um comentário