quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Levo vida vegetativa; BH, 0801101999; Publicado: BH, 0240802011.

Levo vida vegetativa,
De planta acárpica e inútil,
Que não dá fruto e nem produz,
Benefício à humanidade;
Agarrado ao passado,
De herança espúria,
Apegado como carraça,
Ao medo e à mentira;
Acarraçado às ilusões,
Que não levam ao descobrimento,
Da saída de emergência,
Antes do apito final;
A covardia me deixa acarrado,
Imóvel como a estátua,
Que acarrou na dor,
Cansada pelo medo,
Acarradouro maldito,
Lugar onde eu,
Gado lanígero, vivi minha carranca,
Feita bem mal-humorada,
Zangada de raiva,
De ira e de rancor;
E que me faz a cada dia que passa,
Acarrancar-me sempre, por ser
Sem paz e amor;
Como posso sobreviver?
Ser acarrapatado e ignóbil,
Piolho semelhante ao carrapato,
A sugar sangue venoso,
Das sanguessugas da sociedade;
O medo mórbido que trago,
Dos parasitas burgueses,
Das elites cutâneas,
Onde cada membro servil,
Só sabe acarrapatar-se ao lucro,
Ao dinheiro sujo,
E acarrar à vida fácil
E deixar de mover-se para fazer
O bem ao meio comum;
E descansar em berço de ouro ou
Dormir a sesta com o despertar da miséria.

Nenhum comentário:

Postar um comentário