Minha época passou
Ninguém acredita em mim
Esmolei pelo mundo fora
Bati em todas as portas
Mendiguei pão e me deram
Bordunas pedi água e me
Deram vinagre preguei a
Liberdade a harmonia a
Irmandade preguei o perdão
O arrependimento me
Pregaram numa cruz
Arrastaram-me pelas ruas
Caí ralaram comigo no asfalto
Subi o morro a cambalear
Sem ajuda sem amparo nem
O gerente da boca de fumo
Aliviou a minha barra
Quando desci três dias depois
Acordado do pesadelo
Levei uma dura da polícia
Deram-me um pau firme
Tomaram-me o dinheiro
Com muito tapa na cara
Chutaram-me o saco
Puseram-me a correr a casa
Cheio de equimoses
Hematomas o que mais me
Impressionou foram os furos
Nas palmas das mãos
Será que foi castigo?
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