segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Meu mal é que não sei; BH, 0701101999; Publicado: BH, 0220802011.

Meu mal é que não sei,
Acardumar-me como os peixes,
E nem reunir-me em cardumes,
Com outros peixes da resistência;
E não sei gritar contra o fim acariáceo,
Da acariçoba das Umbelíferas, da
Aquricara árvore reibeirinha e
Também das Olacáceas;
A acariúba, a madeira brasileira,
E todas as outras nossas árvores,
Que são tombadas e destruídas,
No maior crime ecológico,
Que já se teve notícia;
Meu mal é que,
Só sei me acarneirar,
Tornar-me semelhante
A um carneirinho, e
O que era meu apelido,
Nos meus tempos de infância;
Meu mal é que sou dócil,
E só sei me submeter,
Sem me revoltar,
Sem me rebelar,
Sem mostrar rebeldia,
Com o que estão a fazer,
Com a nossa flora e fauna,
Enfim, com a nossa natureza toda;
Pudera ser um acarídeo,
Um acarino indiscreto,
O acaro parasita,
Inseto pertencente à ordem dos
Aracuídeos, que pode transmitir,
Uma sarna violenta, uma sarna
Provocada e crônica,
Para esfolar todos aqueles,
Que colaboram duma forma
Ou doutra pela extinção,
Das nossas riquezas naturais;
Quero estar chegado cara a cara,
Rosto posto bem em frente,
Acaroado para olhar fundo nos olhos,
Ficar em contato com a alma e fustigar
A de todos os suspeitos,
Que provocam o fim do nosso mundo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário