Não era belo, Maria,
Aquele tempo de amores,
Quando o mundo nos sorria,
Quando a terra era só flores
Da vida na primavera?
- Era!
Não tinha o prado mais rosas,
O sabiá mais gorjeios,
O céu mais nunvens formosas,
A tarde puro devaneios
A tua alma inocentinha?
- Tinha!
E como achavas, Maria,
Aqueles doces instantes
De poética harmonia
Em que brisas doudejantes
Folgavam nos teus cabelos?
- Belos!
Como tremias, ó vida,
Se em mim os olhos fitavas!
Como eras linda, querida,
Quando d'amor suspiravas
Naquela encantada aurora!
- Ora!
E diz-me: não te recoradas
- Debaixo do cajueiro,
Lá da lagoa nas bordas
Aquele beijo primeiro?
Ia o dia já findando...
- Quando?
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