sexta-feira, 5 de agosto de 2011

O dia em que minha vida; BH, 080701999; Publicado: BH, 050802011.

O dia em que minha vida,
Transformar-me em alguém hidrófilo,
Igual algodão dissecado e desinfetado,
Onde poderia ser usado, como
Curativo para alma de alguém,
Tal a substância sintética,
De fibra de vidro, semelhante
Ao algodão, usada industrialmente,
Como isolante térmico,
Para não deixar o calor,
Nem sair e nem entrar em teu corpo,
Ao manter tua temperatura estável,
Ao não te deixar explosiva;
Como a explosão obtida pela ação
Do ácido nítrico, sobre o
Algodão de pólvora;
Passear de mãos dadas,
Pelo algodoal, pela plantação
De algodoeiro, a planta malvácea,
Do gênero gossypium,
Que produz algodão;
Pois se quiseres, não quero ser
Teu algoz, carrasco da forca,
Um indivíduo cruel, mórbido,
Capaz de afundar um crânio,
Com um alguidar;
Com vaso baixo de barro
Ou metal, que tem o
Diâmetro da boca maior
Que o da base;
E deixar algurar o cadáver,
Em algum lugar sem sepultura,
Indigente, sem identificação;
É preciso exumar o corpo,
Para ver quem é, de quem é,
Se é que corpo de morto
Tem dono; creio que não;
O corpo é da terra, dos vermes,
E das bactérias;
O dia em que minha vida,
Transformou-me numa larva.

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