quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Depois de usado; BH, 0401101999; Publicado: BH, 02901202011.

Depois de usado,
Velho e alquebrado,
Fui posto ao canto;
Oculto da luz do sol,
Separado das pessoas,
Apartado do meio ambiente;
Depois de estragado,
Fui acantoado por todos,
Esquecido e abandonado,
Posto de lado,
Chorei de dor;
E quando era jovem,
Era tão acantonado,
Distribuído por cantões,
A conquistar aldeias,
A transformar virgens,
Em santas mulheres;
Hoje não sirvo mais,
Ninguém quer dispor de mim,
Encantonar-me como antigamente,
Aproveitar para tropas,
Estacionar em diferentes lugares;
Só me mandam para o descanso
E para mim é a morte,
E não quero hoje,
Morrer agora tão cedo;
Mesmo eriçado de espinho,
Como um acantóforo,
A pretender inda a amar,
Muito, bem e melhor;
Não quero que meus frutos,
Se transformem em acantocarpos,
E sejam iguais a mim,
Cobertos de espinhos.

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