Que mulher esbelta,
Desembaraçada e espontânea;
Só a imagem dela,
Já me deixa abesourado,
Amolado com a beleza dela,
Incomodado com tanta alegria,
Molestado por saber,
Que aquela boca fresca,
E nunca vou poder beijar;
Fico aturdido só em pensar,
Que como deve ser gostoso,
Aquele sexo que guarda,
Dentro daquelas duas belas pernas;
E só de ouvir o som
De voz tão aconchegante,
Fico atarantado e surdo,
Para as outras coisas da vida;
Essa mulher sabe me abesourar,
Sabe como me amolar,
E incomodar o meu sossego;
E sabe me importunar,
E apoquentar como ninguém;
Sabe me aturdir com palavras,
E me deixa cheio de ruídos,
Cheios de zunidos dentro da cabeça,
Como fazem os besouros;
E sabe me abeisorar;
E perto dela não sinto abespinhação,
Irritação ou zanga,
Melindre ou abespinhamento;
Fico é muito ciumento,
Só por sentir o vento,
A acariciar na fronte.
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