quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Cheguei bem devagar; RJ, 040701997; Publicado: BH, 01501202011.

Cheguei bem devagar,
À uma determinada faixa do rio
E um peixe esperto,
Fez-me de trouxa;
Recauchutei o anzol com isca,
E ele enxergou bem depois,
Viu que era de borracha;
E fugiu todo o enxame,
Como se voassem na água;
Fui enxugar as mãos,
No pedaço de pano sujo;
Não consegui encher o balde,
Fiquei encharcado de suor e água;
Estava um charco,
Um chumaço,
Um indígena enchumaçado;
Africano primitivo,
Derivado da terra,
Longe da mãe;
Um abacaxi de decepção,
Xavante sem tribo,
Num muxoxo triste,
À beira do rio;
Não valeu ser xerife mexicano,
Lavar cabelo todo dia com xampu;
Mexer o chão com a vara,
Deu em nada,
Abandonei a tarde;
Corri ao pomar,
Catei mexericas,
Estavam azedas para danar;
Ainda bem que,
Estou um pouco resfriado.

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