sábado, 17 de dezembro de 2011

É a forma; RJ, 070701997; Publicado: BH, 01701202011.

É a forma,
A parte concreta,
Suas letras e seus fonemas;
Rasguei o manto da paz,
A liberdade em manga de camisa,
O amor adorado numa taça
Cheia de sorvete de manga;
Grifei, porém, o conteúdo,
A parte abstrata,
A ideia do conceito transmitido;
E fiquei pálido ao receber a notícia,
O mundo está em guerra;
Fiquei lívido ao saber,
Crianças estão a morrer;
Porém, diferentes são os sentimentos,
Uns riem feito hienas;
Outros choram feito leõezinhos,
Abandonados pelos pais;
A origem está na monossemia,
O mundo acaba na polissemia;
São os característicos da vida,
Dificilmente vai acontecer sobrevida;
Pois tudo é passível
De interpretações variadas;
A princípio era o verbo,
O verbo estava com Deus,
E o verbo era Deus;
Logaritmo manganês legítimo,
Decassílabo gritado ao eco,
Num texto de avidez literária,
Onde qualquer um pode ganhar,
O que acontece de melhor na existência;
E no contexto tradicional,
Bem-comportado ou organizado sou,
Entre inúmeras outras possibilidades,
De interpretação:
Sou uma legião.

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