sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

A vagar pela estrada afora; RJ, 01º0701997; Publicado: BH, 01601202011.

A vagar pela estrada afora,
Encontrei a deusa da poesia,
Encontrei o deus do poema:
Com voz embargada,
E trêmula de emoção, indaguei:
Mestres, me ensineis,
A criar uma obra-prima?
E me ensineis a escrever um clássico?
Uma obra de arte em forma de versos?
Qual a tua idade meu pobre?
Quarenta e dois anos;
Tu és muito jovem,
Para aprenderes os segredos do belo;
Para aprenderes a criar obras-primas,
Clássicos e verdadeiras artes;
Vós não criastes vossos poemas,
Com  menos idades do que eu?
Criamos, meu pobre,
Mas nós não saímos por aí,
A pedir a quem quer que seja,
Para poder nos ensinar;
O verdadeiro poeta,
É aquele que olha ao redor,
E do nada tira tudo,
E do tudo não tira nada;
Nasce formado, cheio de sentimento,
Coração latente, pulsante, sensível;
Visão infinita e lógica apurada;
Sigas estrada afora,
Tropeces nas próprias pernas,
Caias nas próprias pedras e seixos,
Cures tuas próprias feridas.

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