As escrituras dum solitário são sagradas
As escrituras sagradas para o solitário
Não são sagradas o solitário escreve
Porque é habitado por multidões de
Escritas para aproveitar essas
Escritas o solitário não pode
Estar em companhia de ninguém
Tem que ir para a sua pedra no
Alto de sua montanha no fundo da
Sua caverna escrever o que as
Multidões ditam o solitário tem seu
Deserto predileto onde nas encostas das
Dunas onde o sol não bate fita os oásis
Urbanos as miragens mirabolantes os
Sonâmbulos sonolentos que fantoches
São manipulados pelos donos do poder o
Solitário só tem dentro de si a solitária
Solium a picar-lhe as entranhas toda a
Multidão de planetas errantes já o
Abandonou mais sozinho ficou
O solitário escreve escreve escreve o
Verme tênia rói-lhe o tutano dos ossos
A sugar-lhe a medula cervical quando
Vem ao meio do qual é produto o
Solitário sente-se estranho rola
Fora da boca macia do ninho passarinho
Que menino passou visgo na vareta o
Pássaro que não escapa da arapuca
Alçapões o solitário tem um cordão
Amarrado na perna não vai muito
Longe olham-no com desconfiança
Causa suspeita ao ameaçar-lhe chamam
A polícia o solitário aturdido volta
Donde não deveria ter saído
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