Irritam-me as coisas durmo mal calor
Mosquitos coceiras pelo corpo todo
Esfolo a pele com as unhas janelas
Fechadas abafam o quarto se abri-las
Para refrescá-lo enche-se de baratas
Tudo irrita-me fiquei doente não
Falo não conto não penso todos sabem
Ganhar alguma coisa não sei ganhar nada
Todos sabem dar alguma coisa não sei
Dar nada nem um muito obrigado pudera
Não quis combater a estupidez não quis
Diminuir nem a ignorância não posso
Mesmo esperar nada de mim nem sou
Cismo com estas porcarias destas letras teimo
Com estas imbecis palavras para quem?
Para mim tenho a absoluta certeza de que
Não são só aumentam-me a mediocridade
Expõem-me ao ridículo levam-me
A amaldiçoar a mim à humanidade
Inteira o que pretendo afinal? tive infância
Adolescência fase adulta para aprumar
Não aprumei chego à velhice caquética
À senilidade decrépita doentio quero dar um
Rumo quero ter um norte já emborcado em
Mim com o reboco a cair os parapeitos
As fachadas a demonstrarem o caminho
Da ruína é para causar gargalhadas a todos
É para causar zombarias só posso acreditar
Ao chegar a está conclusão irrito-me
Inda mais com insônia coberto de suor
Lençóis empapados a arquejar a praguejar
Enterro estas linhas neste sarcófago de pavor
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