Coluna velha enferrujada toda
Retorcida dobrada colocá-la
Em pé ereta em posição de sentido
Impossível dói reverbera a dor
Por todo o corpo carcomido as mãos
Tão inúteis quanto os pés tudo treme
Nada é firme a boca não fica
Mais fechada os olhos não abrem
Pelancas espalhadas inchaços
O mau cheiro insuportável do que
É velho no quarto o ar não circula
A luz não entra a vida fugiu
De muito o que parecia vivo
Jaz em cima da cama a imitar
Defunto os visitantes comuns são
As moscas mosquitos pernilongos
Algumas pulgas solitárias fora
As muquiranas os percevejos mão
De obra que mestre de obras não
Quer encarar nem com serventes
Ajudantes o esqueleto rola para lá
Para cá sem alicerce certo nalgum
Lugar o coração bombeia um
Sanguinho reles ralo outrora
Sangue disputado pelo mundo afora
Os órgãos foram aos poucos o
Cérebro já parou não comanda
Mais os pulmões quase a pararem
A todo dia querem sufocar fígado
Rins pâncreas baço funcionam
Deficientemente a digestão é
Uma eterna congestão o velho
Analisa-se com desespero implora
Esperançoso pelo dia derradeiro
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