Meu coração não tem jeito é uma fonte
De desejo que não para de cantar
Canta de dia de noite de madrugada
A qualquer hora da aurora alça voo
Para voar meu coração peregrino inda
De menino sem ter peito para parar
Não há gaiola que o prenda não cai
Em arapuca nem se prende em visgo
Não há abrigo que o atraia a não ser
O das estrelas dos astros mais impossíveis
Os sóis mais brilhantes meu coração
Não tem valor de diamante é coração
De neandertal as paredes dele são
Todas cobertas por poesias rupestres
É um coração que já vadiou por todas
As eras da história meu coração não
Tem jeito nunca está satisfeito é
Cheio de defeitos tira onda de
Perfeição não é um coração ágil
Não tem mobilidade agora a gordura
O faz andar bem devagar arfa dentro
Do peito reclama de tudo a lamentar
A chorar não vê que agora é tarde
Não percebe que a percepção voou
Bateu a porta do universo na cara
Dele meu coração cheio de sal
Sal grosso não tratado perdeu
A leveza do ser embruteceu virou
Um calo de sangue pisado não é
Mais poleiro de vida não é mais
Soleira de porta não é mais acelerador
De partida ou de partículas é só
Esta crônica ferida viralizada de papo de bócio
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