domingo, 7 de fevereiro de 2016

Corro atrás nunca chego na frente; BH, 0501102012; Publicado: BH, 070202016.

Corro atrás nunca chego na frente
Às vezes nem chego quando chego
É atrasado corro atrás atrás dos morros
Atrás das montanhas dos ventos das
Chuvas corro atrás das sombras das minhas
Das sombras das assombradas assombrações
Persigo estrelas luas sóis caço furacões
Procelas outras tempestades é por
Isto que aparento ter mais dum milênio de 
Vida corro atrás do tempo da modernidade
Do novo de novo corro atrás da realidade
Da verdade da revolução com evolução
Por ser muito antigo minhas ideias são
Ultrapassadas não se renovam nem
Apresentam novidades corro atrás
D'além mares não chego nem na praia
Para morrer morro afogado com as
Minhas naus obsoletas minhas frágeis
Caravelas não descubro um novo torrão
De terra à vista um continente utópico
Uma ilha da fantasia corro atrás das
Despedidas das idas para ver se chego
Em dia nalgum lugar mas todos
Tudo são mais velozes galgam cordilheiras
Num salto transpõem universos num
Descuido agigantam-se infinitos
Deixarem-me aturdido por permanecer
Caído corro atrás capenga coxo
Perneta aleijado rastejo réptil
Desconsolado um desassossego a
Raios de distância não jogam-me boia
Um colete salva-vidas com pesos nos
Pés afundo-me no oceano de areias
Movediças não aporto nas obras-primas
Que seriam o cais da minha vida

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