Qual o teu trabalho bandido,
O que roubas, o que assaltas, o que te levas a
O que roubas, o que assaltas, o que te levas a
Cometer tantos crimes? roubo o Universo,
Assalto as belezas, as riquezas que encontro
No bojo dele; ladrão, o que fazes então,
Com o que encontras na barriga do
Universo? algumas coisas, meu velho
Coração transforma em poesias, outras,
Meus organismos geram poemas e é a
Satisfação desta vida de delinquente
Que levo; és um assaltante reincidente,
Tua folha corrida é infinita, tuas
Condenações ultrapassam ao limite
Das penas impostas e não terás Habeas
Corpus, muito menos preventivo;
Cumprirei pena em regime fechado,
Minha liberdade independe de cadeias,
Presídios, penitenciárias e de onde estou,
Saio de noite, ou de dia, a cometer os
Meus roubos nos cofres guardados dos
Planetas errantes; daí desta cela
Solitária, onde jaz preso, poucos
Aventuraram uma fuga; não fugirei,
Fugas só as de Bach, quanto mais
Inviolável a prisão, mais livre sou
E mais roubo nas noites, nas madrugadas
E mais rico fico; haja jurisprudência
Ao teu caso, a Suprema Corte analisará
O pedido de redução de pena impetrado
Por teus advogados; não quero redução
De pena, pois tenho pena demais de
Todos vós e aqui permanecerei, rio
Com nascente em direção à foz.
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